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domingo, 1 de fevereiro de 2009

JANELAS

© João Menéres

Em tempo de crise, até em Castelo Mendo (ver a magnífica produção da MILOUSKA sobre as Aldeias Históricas de Portugal, ontem iniciada no seu blogue),  as janelas têm nos seus beirais flores de plástico...

PRECES

© João Menéres

Quando eu morrer quero as tuas mãos nos meus olhos:
quero que a luz e o trigo das tuas mãos amadas
passem uma vez mais sobre mim a sua frescura: 
que sintam a suavidade que mudou o meu destino.

Quero que vivas enquanto eu, dormindo, te espero,
quero que os teus ouvidos continuem a ouvir o vento,
que sintas o perfume do mar que ambos amamos
 e continues a pisar a areia que pisamos.

Quero que tudo o que amo continue vivo
e a ti amei-te e cantei-te sobre todas as coisas,
por isso, ó florida, continua a florir,

para que alcances tudo o que o meu amor te ordena,
para que a minha sombra passeie pelos teus cabelos,
para que assim conheçam a razão do meu canto.

(Pablo Neruda, in Cem Sonetos de Amor)